terça-feira, 19 de outubro de 2010

Dilma Rousseff resiste a assinar compromisso feito com líderes evangélicos sobre aborto e casamento gay

A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, resiste a assinar uma carta assumindo o compromisso de não enviar ao Congresso projetos de lei que permitam a legalização do aborto e o casamento entre homossexuais. Evangélicos que se encontraram com ela e com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na quarta-feira, porém, cobram a promessa por escrito.

O comando da campanha petista avaliou ontem que, além de já ter divulgado um manifesto intitulado Carta ao Povo de Deus, em agosto, Dilma pode perder mais votos do que ganhar, ao se posicionar, por exemplo, contra o casamento gay.

Na Carta ao Povo de Deus, distribuída em templos e igrejas no primeiro turno, Dilma tentou se aproximar dos cristãos. “Cabe ao Congresso a função básica de encontrar o ponto de equilíbrio nas posições que envolvam valores éticos e fundamentais, muitas vezes contraditórios, como aborto, formação familiar, uniões estáveis (…)”, escreveu ela. Além disso, Dilma já se comprometeu verbalmente a não mudar a lei que prevê o aborto em caso de estupro e risco de morte para a mãe.

A saída para o impasse, agora, será um documento de apoio à candidata escrito por pastores e políticos que integram a Frente Parlamentar Evangélica. Os signatários deixarão claro no texto que Dilma não vai interferir em questões religiosas, caso seja eleita para o Palácio do Planalto.

Nos bastidores, porém, a reunião de quarta-feira entre Lula, Dilma e evangélicos de 51 denominações dividiu o governo e o QG dilmista. O ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci, um dos coordenadores da campanha, achava que o encontro era desnecessário e poderia criar ruídos. Na outra ponta, o chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho, incentivou a reunião.

Lula avalia que o comando petista não está conseguindo superar a agenda negativa do aborto e do casamento entre homossexuais. “Precisamos sair dessa pauta, ir para a rua”, esbravejou o presidente, segundo relato de um de seus auxiliares. “Há muita hipocrisia nisso.”

A preocupação com o impacto desses temas na campanha de Dilma é cada vez maior. Um dirigente do PT lembrou que a candidatura de Marta Suplicy à Prefeitura de São Paulo, em 2008, desandou de vez no segundo turno depois que homossexuais sentiram-se ofendidos com um programa de TV da petista. Nele, um locutor perguntava se o prefeito Gilberto Kassab (DEM) era casado e tinha filhos. Detalhe: o marqueteiro de Marta, hoje senadora eleita, também era João Santana, que agora assina a propaganda de Dilma.


Fonte: GospelPrime

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Em vídeo, arcebispo da PB afirma que PT tenta implantar 'cultura da morte' no Brasil

O arcebispo Metropolitano da Paraíba, dom Aldo Pagotto, afirmou num vídeo postado ontem no YouTube que o PT e a candidata do partido à Presidência, Dilma Rousseff, estão tentando implantar uma "cultura de morte" no Brasil, ao supostamente defenderem o aborto.
No vídeo, com 15 minutos de duração, o arcebispo afirma que, desde que chegou ao poder, em 2003, "o PT assumiu como projeto de governo a completa legalização do aborto no Brasil".
"O PT não escondeu sua agenda antes, mas, paradoxalmente, passou a negar com insistência o que fazia antes publicamente. Essa atitude não é mal-entendido, um erro de percurso, mas a própria estratégia para implementar a cultura de morte", diz o arcebispo.
Ao lado de uma retrato do papa Bento 16 e de uma imagem de Nossa Senhora, Pagotto afirma que o presidente Lula, que segundo ele, entregou uma carta para CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) em que afirmava ser contra o aborto, enviou um projeto de lei ao Congresso legalizando o procedimento.
Ao citar um trecho da bíblia, o arcebispo pede que divulguem a mensagem. "Não podemos nos calar. A verdade nos libertará. Quero pedir a todos os meus diocesanos empenho para que este vídeo seja divulgado para o maior número de fieis." Segundo o arcebispo, "o povo brasileiro é maciçamente contra o aborto".
A arquidiocese da Paraíba afirmou que o dom Aldo não pretende comentar o vídeo, que já havia sido visto cerca de 3.000 vezes até a tarde hoje.
A arquidiocese disse apenas que o depoimento gravado era parte de um documentário sobre o aborto e que ele não foi postado no YouTube pela Igreja. Segundo a arquidiocese, a opinião do arcebispo não tem fins eleitorais e ele pretendia apenas deixar claro qual sua opinião sobre a "defesa da vida".

Fonte: Folha.com

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

“Eu me sinto honrado por ter sido suspenso pelo PT por ter defendido a vida”, diz deputado ex-petista

(Por Marcelo de Moraes, no Estadão) – “Vai piorar a situação dela (Dilma) se mentir sobre o aborto por questões eleitoreiras. Vai ser um tiro no próprio pé. Na minha opinião, ela é materialista.” (Luiz Bassuma)

Em setembro do ano passado, o deputado federal Luiz Bassuma teve suspensos seus direitos partidários dentro do PT pelo prazo de um ano por decisão da direção nacional da legenda. O motivo: era contra a orientação do partido a favor da legalização do aborto. Integrante da Frente Parlamentar em Defesa da Vida, Bassuma preferiu pedir sua desfiliação do PT, entrando no PV de Marina Silva e disputando o governo da Bahia pelo partido. Agora, com a questão da legalização do aborto tirando votos da candidata Dilma Rousseff, Bassuma critica o que considera mudança de opinião da petista em relação ao assunto. “Acho que vai piorar a situação dela se mentir sobre o aborto por razões eleitoreiras. Vai ser um tiro no próprio pé”, afirma.

O senhor foi punido pelo PT por ser contra a legalização do aborto. Agora, esse tema passou a ser um dos principais problemas da campanha presidencial de Dilma Rousseff e o PT se esforça para dizer que não defende a proposta. Qual é a sua avaliação sobre isso?
Ninguém pode apagar a história. Fui punido com um ano de suspensão pelo PT apenas por querer continuar a favor de uma ideia que sempre defendi. Não queria que ninguém pensasse igual a mim. Só queria que o partido respeitasse meu direito de ter opinião diferente.

O senhor acha que o PT agiu errado com o senhor?
Cumpri quatro mandatos pelo PT e um dos motivos que me fizeram ser filiado ao partido era justamente o artigo interno que permitia aos integrantes terem direito à liberdade de opinião, de religião, de pensamento. Comigo não valeu.

O senhor acha que há setores do partido que realmente são contra o aborto?
É possível. Mas fui punido quase por unanimidade pela direção do partido por ser contra a proposta. Dilma era a ministra chefe da Casa Civil na ocasião. Durante a análise do meu caso, o PT deixou claro que é a favor da legalização e não concordo.

Nos últimos dias, a candidata Dilma tem negado publicamente ser a favor do aborto. O PT, então, deveria propor uma punição interna para ela como fez no caso do senhor?
Acho que eles têm de assumir a verdade e dizer o que pensam sobre o assunto. Vai piorar a situação dela se mentir sobre o aborto por questões eleitoreiras. Vai ser um tiro no próprio pé. Na minha opinião, ela é materialista. O presidente Lula não. Todo mundo sabe que ele realmente tem uma posição diferente. Ele sempre disse que era contra o aborto.

Esse tratamento mais flexível do PT sobre o tema faz com que o senhor se sinta injustiçado por ter sido punido?
Pelo contrário. Eu me sinto honrado por ter sido suspenso pelo PT por ter defendido a vida. Essa é a bandeira da minha vida. Minha principal causa política. E o PT não respeitou esse meu direito. Envergonhado eu estaria se tivesse defendido o mensalão. Eu acho que o aborto significa matar uma vida.

Sua candidata, a senadora Marina Silva, está fora do segundo turno. Entre José Serra e Dilma Rousseff, quem o senhor pretende apoiar no segundo turno?
O PV e Marina ainda vão definir suas posições sobre a sucessão presidencial. Mas eu vou votar e fazer campanha por José Serra em Salvador. Já estou anunciando esse meu apoio publicamente.

Fonte: O Verbo