segunda-feira, 26 de julho de 2010

Maioria já deu, levou e é contra proibir palmadas

A maioria dos brasileiros já apanhou dos pais, já bateu nos filhos e é contra o projeto de lei do governo federal que proíbe palmadas, beliscões e castigos físicos em crianças, conforme pesquisa feita pelo Datafolha.
Enviada ao Congresso no começo deste mês, a proposta "estabelece o direito da criança e do adolescente de serem educados e cuidados sem o uso de castigos corporais ou de tratamento cruel ou degradante".

Disseram ser contra o projeto de lei do presidente Lula 54% dos 10.905 entrevistados, enquanto 36% revelaram concordar com a mudança. A margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos.

Segundo o levantamento, meninos costumam apanhar mais, e as mães (69%) batem mais do que os pais (44%). No total, 72% disseram ter sofrido castigo físico -- 16% afirmaram que isso acontecia sempre.

Para Supernanny, "lei da palmada" ignora peso das agressões verbais e emocionais

O projeto de lei 2.654/03, que proíbe a palmada e qualquer outro tipo de agressão física em crianças e adolescentes, da deputada Maria do Rosário (PT-RS), ganha cada vez mais destaque na mídia.

Para a educadora Cris Poli, também conhecida como "Supernanny brasileira" e autora de "Pais e Professores Educando com Valores", "bater não educa, em nenhuma circunstância", contudo, afirma também que a lei deixa de lado outros tipos de agressões que podem machucar uma criança.

O debate rende diversas opiniões de especialistas, não-especialistas, pais e linguarudos. Afinal, o castigo físico é uma forma eficiente de educação? Até onde o beliscão --ou a falta dele -- contribui na formação da criança, em sua compreensão de regras da sociedade e das dos próprios pais? Quem ama bate?

As "palmadas pedagógicas" são motivo de declarações de psicólogos sociais, ONGs, educadores e pedagogos. O projeto de lei contra as palmadas encontra no ECA (Estatudo da Criança e do Adolescente) força e um aliado de respeito na luta pelos direitos infantis.


Fonte: WWW.Folha.com

terça-feira, 13 de julho de 2010

Estatuto da Criança e do Adolescente ainda é teoria, diz especialista



Vinte anos depois de sancionado o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), o texto proporcionou vários avanços na proteção dos direitos específicos, mas muita coisa ainda precisa melhorar, segundo o representante do Conselho Nacional da Criança e do Adolescente (Conanda) Ariel de Castro Alves. Se, por um lado, 98% das crianças tem acesso à escola, a qualidade do ensino, por exemplo, ainda é uma meta a ser alcançada.

“A qualidade do ensino precisa melhorar bastante. As próprias pesquisas dos últimos dias mostram exatamente isso, no ensino infantil a questão das creches também é um problema grande. Só 15% das crianças até 3 anos são atendidas no Brasil. Temos mais de 11 milhões de crianças nessa faixa etária, e apenas um 1,7 milhão (delas) são atendidas por creches”.

Outro problema citado pelo conselheiro é a violência e a exploração. “Em média 16 crianças e adolescentes são assassinados todos os dias no Brasil, o número 100, que é o disque denúncia, recebeu mais de 130 mil denúncias de maus-tratos, de abusos, de exploração sexual desde 2003. Uma média de 92 denúncias diárias atualmente.”

A professora Maria Lúcia Leal, do departamento de Serviço Social da Universidade de Brasília (UnB), diz que o estatuto é uma legislação revolucionária, mas que os seus 241 artigos ainda não foram colocados em prática. “Uma coisa é o direito estar constituído, outra coisa é o direito estar construído efetivamente e refletir diretamente na qualidade de vida de crianças e adolescentes, em todos os sentidos.”

Para os próximos dez anos, o Conanda pretende reforçar a prioridade dos orçamentos do governo para garantir políticas públicas para crianças e adolescentes. Outro ponto a ser reforçado é o fortalecimento dos conselhos tutelares, além da ampliação das varas da Infância e Juventude e a implantação das delegacias especializadas.

Agência Brasil

Após 20 anos, avanços e desafios da lei



Já se passaram exatos 20 anos desde a promulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e, no abismo entre o que a lei determina e o que acontece na prática, estão os meninos e meninas do semáforo, em situação de mendicância ou trabalho infantil. Somam-se a eles crianças e adolescentes vítimas de violência, sem acesso à cultura, saúde ou educação de qualidade. Tem ainda aqueles que vivem em abrigos por vários anos, sem direito à convivência familiar e comunitária, sem saber do afeto e do amor de mãe, de pai. E todas aquelas que dia a dia têm seus direitos negados.

É bem verdade que já existem motivos para comemorar, o ECA trouxe um novo olhar sobre a criança. De acordo com a advogada e assessora jurídica do Centro de Defesa da Criança e do Adolescente (Cedeca), Nadja Furtado, ao longo destes 20 anos, foram criados vários equipamentos para a garantia e defesa de direitos, como Conselhos Tutelares. Além disso, os órgãos públicos foram todos realinhados nesta nova concepção, passando a adotar novas práticas, e a participação da sociedade civil no monitoramento das políticas públicas foi legitimada, por meio da criação de entidades e fóruns de discussão.

“Houve toda uma reestruturação institucional dos órgãos públicos a partir do ECA. Todo um arcabouço institucional passou a ser influenciado por essa concepção nova, de adolescentes como sujeito de direitos”, cita. A socióloga e pesquisadora Graça Gadelha cita que indicadores de mortalidade infantil e analfabetismo, por exemplo, tiveram redução, enquanto o acesso à educação e saúde melhorou.

Desigualdades
No entanto, ela destaca que ainda existe uma dívida quanto à condição de miséria e pobreza da população, uma vez que as desigualdades sociais exercem influência sobre as situações de risco, deixando crianças e adolescentes expostos ao trabalho infantil, à violência, abandono, negligência, abuso e exploração sexual, entre outras violações.

Segundo ela, é preciso ainda garantir capacitação e a atualização constante de profissionais que trabalham com este público. “No que diz respeito à avaliação da implementação do ECA, tenho consciência de que já avançamos. Mas a proteção integral à crianças e adolescentes esbarra em problemas como falta de estrutura de trabalho e de sensibilização de profissionais, comunicadores, formadores de opinião”, lamenta Graça Gadelha.

Para a coordenadora do Fundo das Nações Unidas (Unicef) para o Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte, Ana Márcia Diógenes, é verdade que o acesso de crianças e adolescentes aos seus direitos, como educação e saúde, melhorou, mas o grande gargalo ainda é a qualidade. “Essa deve ser a grande reflexão para os próximos 20 anos de ECA”, completa.

Fonte: O POVO

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Álcool é uma das principais causas de acidentes no trânsito

O trânsito brasileiro pode ser comparado a uma guerra, pela quantidade de mortos e feridos que produz. E pior, a maioria dos acidentes é provocada por 'fogo amigo': é o motorista que atira contra o próprio patrimônio — no caso, ele mesmo, amigos e familiares — ingerindo bebidas alcoólicas ou usando drogas antes de dirigir.
Uma pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro, feita em parceria com o hospital Miguel Couto, levantou que cerca de 30% das vítimas de acidentes de carro que deram entrada no hospital tinham bebido ou se drogado.
Pela mesma pesquisa, usada como referência por aquele hospital, nada menos que 55% de todos acidentes com carros provocados por bebidas ou drogas aconteceram nas noites de sexta-feira, sábado e domingo.
É possível concluir que os acidentes ocorrem com mais freqüência quando as pessoas saem de bares, festas ou boates, mas o difícil é transformar o resultado final em números. Não há no país grandes estatísticas sobre vítimas de acidentes de trânsito. Desta forma, é impossível levantar o número real de mortos e feridos por causa da associação de álcool ou drogas com automóveis.
'É uma epidemia e não há dados concretos. A polícia, por exemplo, só costuma computar a morte provocada por acidente de trânsito quando ela acontece no local. Se ocorrer depois, não é registrada como conseqüência do acidente', explica o médico Dirceu Rodrigues Alves, da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet).
A embriaguez é a principal causadora de acidentes de automóveis apontada pelos médicos. Eles estimam que, para cada pessoa que é atendida por causa de acidentes de trânsito, três nem chegam aos hospitais. Isso porque não se machucaram, tiveram lesões leves ou, simplesmente, morreram no local.
'E, como os acidentes por causa de bebidas ou drogas costumam ser muito violentos, dois de cada dez pacientes que são atendidos têm lesões irreversíveis, mesmo passando por trabalhos de reabilitação', diz o médico Edson Paixão, diretor do hospital Miguel Couto.
O álcool provoca três estados mentais bastante distintos: euforia, confusão e depressão. Após as primeiras doses, o motorista se sente todo-poderoso. Eufórica, a pessoa perde o medo e o bom senso. Fica confiante, pisa fundo no acelerador e faz manobras ousadas.
O estágio seguinte é marcado pela confusão mental, que reduz o raciocínio e os reflexos. Por fim, o motorista embriagado entra em depressão, fica desatento e cansado, podendo até dormir. 'É a fase na qual ocorre a maioria dos acidentes. Sonolento, o motorista perde a capacidade de reação', afirma Alves.
Tudo isso pode acontecer com uma pessoa que tenha no organismo cerca de 0,6 mg de álcool por litro de sangue. Isso equivale a uma pessoa de 70 quilos consumir três latas de cerveja ou três doses de uísque. Mas é só um exemplo médio, que varia de acordo com a massa corporal, a sensibilidade ao álcool e até o estado emocional de cada um. Assim, o recomendado pelos médicos é não beber antes de dirigir.
Falta de instrumentos dificulta fiscalização
Dirigir sob o efeito de bebidas alcoólicas é considerada uma falta gravíssima, o motorista leva sete pontos no prontuário e ainda precisa pagar multa de até R$ 957. Mas tirar os ébrios das ruas não é fácil: enquanto sobram pardais e armadilhas para multar quem anda em alta velocidade, os bafômetros ainda são peças raras nas mãos da fiscalização. Assim, só mesmo um exame de sangue pode dar o resultado exato.
Nos centros urbanos, os acidentes provocados pela ingestão de bebidas alcoólicas são causados principalmente por motoristas particulares. Já em estradas, são os ditos profissionais, principalmente caminhoneiros, que provocam mais desastres. Nesse caso, o efeito do álcool costuma ser potencializado pela mistura com anfetaminas (um coquetel batizado de rebite).
O rebite é usado como um estimulante. Ele evita que o motorista sinta sono. Mas quando o efeito passa, todo o cansaço aparece rapidamente e, normalmente, o motorista acaba dormindo. 'É como um interruptor: ela liga, mas também desliga o condutor', conta Paixão.
Como não há estatísticas nem para medir o número de motoristas que dirigem alcoolizados, é ainda mais raro saber quantos comandam um automóvel sob o efeito de drogas. Mas, muitas vezes, elas acabam sendo associadas também com álcool, ficando mais potentes.
A cocaína age com mais intensidade do que o álcool e, segundo os médicos, só costuma ter duas fases: euforia e depressão. Já outras drogas, como a maconha, crack e ecstasy, provocam mais confusão mental, prejudicando os reflexos e o senso de orientação.
Essa guerra do trânsito mata principalmente os jovens. Os estilhaços, porém, atingem gente de todas as idades. 'Como a maioria dos mortos e feridos em acidentes provocados por álcool e drogas tem entre 20 e 39 anos, as famílias acabam sofrendo muito. Os pais, filhos e parentes se transformam em vítimas', diz o médico Edson Paixão.

Fonte: Época

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Baixo efetivo policial facilita assaltos a banco no Interior



Os constantes assaltos a bancos do Interior acontecem não por acaso. As quadrilhas agem sempre em cidades onde o efetivo policial é reduzido e, muitas vezes, não existe nem delegacia. Só nesse ano, foram dez ocorrências em localidades com esse perfil. O caso mais recente aconteceu na última terça-feira, 6, em Reriutaba, distante 290 quilômetros de Fortaleza.

Por lá, sete PMs precisam dar conta da segurança de 19.626 pessoas. A proporção é de um militar para cada grupo de 2.803 indivíduos - médio 11,5 vezes abaixo da recomendada pela Organização das Nações Unidas (ONU). A entidade diz que o ideal é a relação “um para 250”, segundo a Universidade de São Paulo (USP).

Apesar de preocupante, a situação dessa cidade da Região Norte nem de longe se compara à de Pedra Branca. Com 42.055 habitantes, o lugar conta com apenas três policiais militares de efetivo próprio. Para cada PM, 14 mil indivíduos - índice 56 vezes inferior à meta da ONU. Em janeiro, esse município do Sertão Central, foi alvo de bandidos.
Em abril, Saboeiro também sofreu com a ação de assaltantes. Nas ocorrências do dia-a-dia, os 16.806 moradores pedem socorro a apenas três militares. Cada um cobre área correspondente a 5.602 pessoas. Vinte e duas vezes menos que a estimativa da Organização.

A escassez de tropa afeta também Monsenhor Tabosa, cenário de um assalto a banco semana passada. São somente seis PMs para uma população de 17.117. Em Banabuiú, com agência bancária assaltada em janeiro, e Piquet Carneiro, com registro idêntico em junho, a proporção é de um policial para cerca de 2.800 moradores.

Senador Pompeu e Nova Russas detêm melhores taxas dessa relação: um policial para 1.179 pessoas e um PM para cada 592 indivíduos, respectivamente. O POVO não teve acesso aos dados dos destacamentos de Orós e Palhano, municípios que fecham o rol dos que registraram ocorrências em bancos.

O secretário da Segurança Pública e Defesa Social, Roberto Monteiro, admite a fragilidade do sistema. Contudo, cita a incorporação de 1.700 homens recém-saídos do curso de formação. “Vai melhorar bastante a situação do Interior”, prevê.

Já o comandante de Policiamento do Interior, coronel Milton Freire de Andrade, aposta na entrega de 300 novas viaturas prometidas pelo Governo do Estado. “Quando se trata de uma grande diligência ou de uma perseguição, por exemplo, nós somamos esforços com outros destacamentos. Mas, para os trabalhos de rotina, os homens são mesmo poucos”, assentiu.

O PERFIL DAS CIDADES QUE TIVERAM BANCOS ASSALTADOS ESTE ANO NO CEARÁ

>Piquet Carneiro: 15.499 habitantes e sete PMs. Sem Delegacia Civil. Cada policial responde por 2.142 pessoas.

>Banabuiú: 18.196 habitantes e oito PMs. Sem Delegacia Civil. Cada policial cobre 2.274 indivíduos.

>Pedra Branca: 42.055 habitantes e três PMs. Não dispõe de Delegacia Civil. Cada PM resguarda 14 mil pessoas.

> S. Pompeu: 25.069 habitantes e 57 policiais, mas também responde por Milhã, Solonópole e Deputado Irapuan Pinheiro. Conta com Delegacia Civil. Cada PM equivale a 1.179 pessoas.

>Saboeiro: 16 .806 habitantes e três PMs. Sem Delegacia Civil. Um policial para cada 5.602 pessoas.

>Nova Russas: 31.770 habitantes e 57 PMs. Tem Delegacia Civil. Cada PM resguarda 592 pessoas.

>Mons. Tabosa: 17.117 habitantes e seis PMs. Sem Delegacia Civil. Um policial para cada 2.852 moradores.

>Reriutaba: 19.6262 habitantes e sete PMs. Sem Delegacia Civil. Cada PM cobre 2.803 pessoas.

Fonte: O Povo online

Cinco anos depois, permanece o mistério da cueca



Quase meio milhão apreendido há cinco anos pela Polícia Federal em São Paulo ainda está sob custódia da Justiça. O dono da cueca, onde foram encontrados US$ 100 mil, mantém um mercadinho e não revela a origem do recurso

No mercadinho RL, o proprietário, José Adalberto Vieira da Silva, é quem atende pessoalmente aos clientes no caixa. Difícil é ligá-o à imagem daquele que há cinco anos protagonizou um dos piores momentos de crise do Governo Lula (PT), considerado pelo próprio presidente: detido pela Polícia Federal, no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, com R$ 200 mil numa maleta e US$ 100 mil na cueca, ele colocaria em xeque a imagem do partido e do Governo, em 8 de julho de 2005.

Na ocasião, Adalberto era secretário de organização do PT cearense e assessor do deputado José Guimarães (PT) - irmão do então presidente nacional do partido, José Genoino. O partido e o governo Lula passavam por uma crise deflagrada por denúncias de um suposto ''mensalão'' para deputados.

Adalberto foi preso por violar a legislação relativa aos crimes contra o sistema financeiro e contra a ordem tributária. Pelas normas do Banco Central, para circular com dólares dentro do País deve-se comprovar de onde comprou e de instituição autorizada. Para a moeda nacional, não há restrições.

O POVO foi à procura de Adalberto e o encontrou na venda, enquanto era abastecida por um caminhão. Depois de um tempo morando em um distrito no interior do Ceará, abriu o comércio há cerca de um ano no município de Aracati, distante 148,3 quilômetros de Fortaleza. Vende alimentos, sandálias e material escolar.

Ao perceber que se tratava de reportagem, Adalberto não quis dar entrevista nem ser fotografado, fazendo gesto imitando um ziper na boca. E fechou o estabelecimento para o almoço. “Já disse que não vou falar. Vocês insistem em me procurar”, reclamou.

Localizado no bairro Pedregal, periferia de Aracati, o mercadinho RL nem é o mais “sortido” da ruazinha de piçarra, chamada Esperança. “Mas é o único que tem queijo e presunto”, ressaltou o motorista Welington Rodrigues.

Segundo os vizinhos, Adalberto mora na pequena casa ao lado do comércio. E, apesar da rotina simples, é considerado um dos poucos “ricos” do local. “Ele só passa aqui de carro”, observou a dona de casa, Alexandra Vieira, em conversa na calçada de Edilze de Sousa, na rua que fica por trás da casa de Adalberto.

Ao perguntar por ele em Aracati, com o nome de Adalberto, muitos não lembravam. Mas, ao fazer referência ao acontecido com a “cueca”, logo refrescavam a memória. “Ah, sei. A irmã dele mora aí na outra rua”.

A conversa que rola de boca em boca no bairro é a de que Adalberto deve receber o dinheiro apreendido na ocasião. “Ele vai receber aquele dinheiro todo no ‘cuecão’”, brincou Welington Silva.

Mas engana-se quem pensa que os moradores de Pedregal se revoltam com a situação ou acham que Adalberto tirou dinheiro de alguém. O que ficou mesmo foi a piada. “Ô besteira né? Ninguém foi preso. O pessoal fresca com a cueca, mas vergonha faz matar e roubar. O dinheiro, disse que foi de doação de políticos. Não sei de quem era, só sei que não era meu”, defendeu Welington, com risinho contido.

O dinheiro
O dinheiro apreendido com Adalberto ainda está sob guarda da Justiça. O advogado dele, Neuzemar Gomes, disse que seu cliente irá aguardar o final do processo para decidir se irá requerer a quantia apreendida. O advogado confirmou que Adalberto conseguiu reaver um automóvel que estava bloqueado, devido às ações judiciais. Segundo Neuzemar, Adalberto manterá a versão de que o dinheiro era de um empresário de Aracati, para abrir um negócio.

São duas ações envolvendo o escândalo da cueca. Uma é a ação civil pública, que tramita na 10ª Vara da Justiça Federal e a outra, de natureza penal, está na Procuradoria Geral da República à espera de um parecer para um provável encaminhamento ao Supremo Tribunal Federal (STF).

ENTENDA O CASO

8 de julho de 2005
O então assessor parlamentar, Adalberto Vieira, que embarcava rumo a Fortaleza, foi detido pela Polícia Federal no aeroporto de Congonhas, com R$ 200 mil em uma valise e US$ 100 mil presos ao corpo, na cueca..

14 de Julho de 2005
É descoberto ser de Vicente Ferreira - também assessor parlamentar, o cheque que pagou a viagem de Adalberto a São Paulo.

José Vicente Ferreira declara que o então assessor especial do BNB, Kennedy Moura, seria o dono do dinheiro, e a intenção seria utilizá-lo para financiar uma empresa de locação de veículos em Aracati

Adalberto, ao depor na Polícia Federal, diz que o dinheiro pertenceria a um empresário do município de A racati.

19 de julho de 2005
Adalberto diz que o dinheiro foi de um “amigo”, de quem não revela o nome e exime de envolvimento o deputado José Guimarães e Kennedy Moura.

Junho de 2010
Adalberto Vieira pede a anulação do bloqueio de um automóvel de sua propriedade e tem o pedido deferido - ou seja acatado. >

O inquérito, iniciado pela Polícia Federal de São Paulo, e continuado pela PF do Ceará, é concluído. O documento é encaminhado ao Ministério Público Federal, que alega não ter competência para tratar do assunto e encaminha para a Justiça Federal. A Justiça Federal, então, encaminhou para a Procuradoria Geral da República para decidir se acata ou não a denúncia.

A Ação Civil Pública, por improbidade administrativa, que cita empresas, além dos personagens relatados citados, está em fase de coleta de provas.

Julho de 2010
Advogado de Adalberto Vieira diz que ele manterá versão de que o dinheiro é de um “amigo” empresário de Aracati.

Fonte: O Povo Online

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Câmara aprova PEC do piso nacional dos policiais




A Câmara dos Deputados aprovou, em primeiro turno, a proposta de emenda à Constituição (PEC-300), que cria um piso nacional para os policiais. A proposta foi aprovada na forma de emenda aglutinativa apresentada pelos líderes partidários por 349 votos a zero. A aprovação foi acompanhada por dezenas de policiais que estavam na galeria da Casa.

Pelo texto aprovado, fica criado um piso nacional para os policiais e bombeiros militares a ser definido em lei federal. A proposta também estabelece a constituição de um fundo destinado a ajudar os Estados a pagar os policiais, quando estes não tiverem condições de bancar os gastos com a categoria.

Pelo acordo, caberá ao governo encaminhar ao Congresso Nacional, no prazo de 180 dias após a promulgação, o projeto regulamentando o piso remuneratório e a composição e o funcionamento do fundo contábil instituído para esse fim. A votação em segundo turno deverá ocorrer no mês de agosto.


Fonte: Folha Online

terça-feira, 6 de julho de 2010

Jovens no combate a incêndios



Candidatos encontram oportunidade econômica temporária arriscando a vida e defendendo a natureza

Geralmente as ofertas são para secretária, auxiliar de escritório, vendedor, operário ou coisa parecida. Mas, nos últimos dias, dezenas de jovens lutaram por uma das 15 vagas para trabalhar na prevenção e combate a incêndios florestais. Foram selecionados 13 brigadistas, dois chefes de Esquadrão e um chefe de Brigada. Pelos próximos seis meses atuarão na macrorregião Centro do Estado. O emprego temporário é ofertado pela Coordenação Estadual do Prevfogo, por meio da superintendência executiva do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) no Ceará.

Os candidatos se inscreveram no Sine/IDT do Município de Quixadá, responsável pela intermediação do processo de seleção. De acordo com o gerente da unidade local, Edvaldo Cisne, ao todo, 55 pessoas se inscreveram para disputar uma das 15 vagas de brigadista, sete concorreram a Chefe de Esquadrão e cinco a Chefe de Brigada. Desse total 13 foram aprovados. Os demais não atingiram o perfil estabelecido, apesar das exigências básicas terem sido apenas o nível médio e habilitação para conduzir automotores.

Capacitação

Na opinião do gerente, muitos trabalhadores perdem a oportunidade de emprego por falta de capacitação. Alguns entravam logo na entrevista preliminar. Ele aponta os números do Sine/IDT no semestre como exemplo. Do início do ano até o fim de junho foram ofertadas 1.225 vagas no mercado de trabalho local. O número de inscritos foi 2.623. Desse total 1.058 conseguiram o emprego. Ainda ficaram 167 vagas disponíveis. Com as vagas dos brigadistas não foi deferente.

A aluna do curso técnico de Enfermagem, Liane Gomes de Lima, foi uma das exceções, não teve muita dificuldade para conquistar uma das vagas de Chefe de Esquadrão da Brigada regional do Prevfogo.

Curso técnico

Além de muita disposição trazia no currículo o curso técnico em Meio Ambiente. Ela concluiu a formação no Centec de Limoeiro do Norte, sua terra natal. Embora o emprego seja temporário, pelo período de seis meses, incluirá na bagagem mais uma experiência profissional. Quanto aos riscos da nova profissão, ela disse que não se preocupa. Antes, Liana trabalhava em uma funerária, vendendo planos e urnas.

Feliz em ter sido um dos 12 aprovados para o cargo de brigadista, Everson Weydson Barroso disse não ter medo de fogo. Embora seja uma profissão de risco, foi bem treinado pela equipe do Prevfogo. Ele já tinha noção de como combatem incêndios na mata. Dessa vez conheceu técnicas mais eficientes, dentre as quais o abafamento dos focos. É comum ver queimadas na região. A recente conclusão do Ensino Médio ajudou. Além das provas práticas, também houve avaliação de conhecimentos entre os inscritos.

A empolgação dos dois jovens não é por menos. A chefe de Esquadrão terá remuneração básica de R$ 765,00. Também terá direito a auxílio-alimentação e seguro, dentre outras vantagens. Serão mais de R$ 500,00 incorporados ao salário. Já o brigadista receberá mensalmente R$ 510,00 e os mesmos benefícios. A maior remuneração é a do chefe de Brigada, R$ 1.020,00 o básico, podendo chegar a R$ 1.600,00.

Outras seleções

Além de Quixadá, já foram selecionados brigadistas nos municípios do Crato e Acopiara. Esta semana a equipe estadual do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis está em Frecheirinha, na região da Ibiapaba. A partir do mês de agosto as brigadas estarão atuando nessas regiões, explica o coordenador do Prevfogo no Ceará, Kurtis Teixeira Bastos.

Esforço

"O trabalho dos jovens será importante na conscientização ambiental"
Kurtis Teixeira Bastos
Coordenador Estadual do Prevfogo

"Quando a gente precisa de um emprego luta por ele com garra e determinação"
Liane Gomes de Lima
Chefe de Esquadrão

"Botar a mão no fogo por um emprego, não é todo mundo que tem essa coragem"
Everson Weydson Barroso
Brigadista

MAIS INFORMAÇÕES
PREVFOGO - Coordenação Estadual: (85) 3272.1600 - Ramal 256
Sine/IDT - Unidade de Quixadá
(88) 3445.1044

Alex Pimentel
Colaborador

Após debate de ideias, campanha deve descambar para "denuncismo", dizem especialistas




Após debate de ideias, campanha deve descambar para "denuncismo", dizem especialistas
Com início oficial nesta terça-feira (6), a campanha eleitoral de 2010 deve começar em um tom mais propositivo para, em seguida, descambar para a troca de acusações e o "denuncismo", ao menos no que diz respeito à disputa pela Presidência da República, avaliam especialistas ouvidos pelo UOL Eleições.
Influenciada pela tática governista de comparar os governos Lula e FHC para que a candidata Dilma Rousseff (PT) aproveite a popularidade do presidente, a disputa deve ter, em princípío, "um confronto de ideias", segundo a cientista política Maria do Socorro Braga, da UFScar (Universidade Federal de São Carlos).
"José Serra [candidato do PSDB à Presidência] não tem muita saída hoje. Se ele e Marina Silva [candidata do PV à Presidência] não lançarem alternativas, quem ganha é a Dilma", afirma.
"Dilma e o PT querem continuar nesta tese de comparar os governos de Lula e FHC e jogar contra o Serra que ele vai repetir tudo que FHC fez de errado. A situação do Serra é complicada", diz David Fleischer, cientista político da UnB (Universidade de Brasília).
A avaliação é compartilhada pelo senador Pedro Simon (PMDB-RS), um dos parlamentares mais experientes da Casa. "A campanha vai ser Lula contra anti-Lula, de comparação entre governos, sem dúvida. Da boca dos três candidatos, eu duvido que saia baixaria; agora, se vai ter isso na campanha... as campanhas não são só os candidatos", diz.
A partir desta terça-feira, a Lei 9504 permite propaganda eleitoral em carros de som pelas ruas e alto-falantes nas sedes do partidos entre as 8h e as 22h. Comícios poderão ser realizados pelos partidos e coligações entre as 8h e as 24h. Além disso, também está liberada a a propaganda na internet.
A propaganda eleitoral gratuita em rádio e TV, por sua vez, será realizada entre os dias 17 de agosto e 30 de setembro para o primeiro turno. No segundo turno, irá ao ar entre 16 e 29 de outubro.
Segunda fase
Em um segundo momento, a corrida eleitoral deve passar a conviver com ataques mútuos entre os postulantes. "Em toda campanha vão lançar os aspectos negativos dos candidatos, é necessário para se defender", diz o cientista político Ricardo Caldas, também da UnB. "Essa coisa de dizer que a campanha vai ser 100% limpa eu acho muito idealista", afirma. "A campanha pode cair no denuncismo, cada um tem rabo para se pisar", complementa Fleischer.
"Todo publicitário tem que ter um saquinho de maldades. Não quer dizer que vá usá-lo, mas tem que ter. Se a outra parte usar, você usa também. E essa saquinho de maldade tem níveis diferentes", afirma Ricardo Amaral.
Para Maria do Socorro, da UFScar, se houver uma "campanha denuncista, nenhum desses partidos conseguirá se manter de pé. Isso vai vir, mas não com a força de ser um trunfo na campanha", opina.
Líder do PSDB na Câmara, o deputado João Almeida admite que, durante a disputa, "chega uma hora em que os candidatos não se aguentam e pode haver um arremesso (ataque)". Ainda assim, diz, "essa campanha vai ser mais propositiva".
A tese da troca de ataques, porém, não encontra respaldo na avaliação do senador gaúcho. "Dilma e Serra têm um histórico de oito anos de governo cada, com Lula e FHC, e os dois têm oito anos de oposição; se você reparar, o que eles têm a dizer um do outro é quase a mesma coisa", afirma. "Na TV não vai ser um bota para fora porque complica os dois lados", diz.
Lula
Com 78% de aprovação popular segundo esquisa Datafolha divulgada no início deste mês, o presidente Lula deve ser o principal cabo eleitoral desta disputa, concordam os especialistas consultados por UOL Eleições.
Além disso, de acordo com a análise de Maria do Socorro, a transferência de votos de Lula para Dilma Rousseff deve se aprofundar. "Ele vai colar na Dilma principalmente na região Sul, onde a votação dela é menor que a do Serra", diz. Segundo levantamento divulgado no último sábado (3) pelo Ibope, Dilma e Serra estão empatados com 39% das intenções de voto cada um.
"Se Dilma chegar a 43% nas próximas pesquisas, ela praticamente já ganhou no primeiro turno", afirma David Fleischer. "Ela não está lá ainda, mas está bem perto de faturar no primeiro turno, se Serra e Marina continuarem como estão", diz.
"Como a Dilma está crescendo muito, talvez nem seja necessário o Lula tirar licença para fazer campanha", afirma Ricardo Caldas. "Esse foi um dos motivos pelo qual o José Alencar [vice-presidente da República] teria desistido de se candidatar ao Senado".
Perdedores e vencedores
Largada da campanha
José Serra dará início a sua campanha à Presidência com uma caminhada em Curitiba ao lado de Beto Richa (PSDB), candidato ao governo do Paraná. Sua concorrente Dilma Rousseff também optou por uma caminhada, mas na cidade de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Já a presidenciável Marina Silva ainda não havia divulgado sua agenda até o fechamento desta reportagem.
Os especialistas avaliam que, ao fim do processo eleitoral, o PMDB deve manter o maior número de parlamentares no Congresso Nacional, enquanto o DEM deve encolher e o PT aumentar sua bancada, ao passo em que o desempenho do PSDB estará diretamente ligado ao sucesso da candidatura de José Serra à Presidência.
"O PMDB vai continuar como fiel da balança, independente de quem vença", diz Ricardo Caldas, da UnB. "O PMDB é interessante: não depende de uma candidatura presidencial própria para se manter nos legislativos", afirma Maria do Socorro.
Para o cientista político David Fleischer, "o DEM não vai conseguir eleger nem 50 deputados, e o PSDB tem que se cuidar porque vem caindo em número de prefeitos e vereadores - não deve passar de 60 deputados". Já o crescimento do PT, na avaliação da especialista da UFScar, deve se dar "principalmente no Nordeste, onde o DEM era mais forte". "Mas não temos a dimensão", pondera.
Estados
Em relação a disputa nos Estados, Fleischer avalia que serão realizados entre 12 a 15 segundos turnos. "Tem alguns pleitos estaduais que vão ser bem aguerridos", afirma.
Com a decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) de verticalizar as eleições em termos de propaganda, alguns palanques vão se complicar", diz, e referência à decisão do tribunal que impediu que candidatos à presidência aparecessem em peças de candidatos a governador cujas alianças sejam distintas daquelas celebradas em nível nacional. O órgão, no entanto, adiou a decisão final sobre a verticalização para agosto.
O especialista cita o exemplo do candidato a governador do Distrito Federal pelo PSC, Joaquim Roriz. "Roriz não vai poder usar Serra na propaganda porque o PSC fechou nacionalmente com a Dilma", diz.
"O governo federal precisa ter apoio nos Estados para aumentar a governabilidade, por isso eles vão investir para ter partidos da base aliada nos Estados", diz Maria do Socorro. "Quanto maior o numero de parceiros eleitos, maior a tendência de se eleger o candidato à Presidência da República. Há uma supercorrelação dessas eleições todas”, afirma.
Fonte: UOL

Rede pública está três anos atrás da particular



Apesar de a distância que separa a rede pública e a particular ter caído de 2005 a 2009, um aluno que completa o ensino fundamental em colégio privado sabe, em média, mais que um formado no ensino médio público, com três anos a mais de estudo.
Essas são constatações que podem ser feitas a partir dos resultados do Ideb, principal indicador do MEC de avaliação da qualidade da educação brasileira.
O ministério divulga hoje dados por Estados, municípios e redes. O Ideb agrega num único índice, numa escala que vai de zero a dez, taxas de aprovação de alunos e médias em testes de português e de matemática.
De 2005 a 2009, a diferença entre a rede pública e a particular caiu em todos os níveis pesquisados.
A desigualdade entre as duas redes, no entanto, é gritante ao comparar o quanto um aluno de escola pública aprendeu ao final do ensino médio (antigo 2º grau), em comparação com um da rede privada que finalizou o fundamental (antigo 1º grau).
Como as provas do Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica, um dos componentes do Ideb) têm a mesma escala e grau de dificuldade para todas as séries, é possível comparar alunos de diferentes anos.
Em matemática, por exemplo, a média dos estudantes ao final do ensino fundamental na rede privada foi de 294 pontos numa escala de zero a 500. Na pública ao fim do ensino médio, a média é de 266.
Em português, a média foi de 279 pontos em particulares no último ano do ensino fundamental e 262 em públicas ao fim do médio.
Sem surpresas
O sociólogo Simon Schwartzman, do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade, diz não se surpreender com a distância.
"As escolas privadas têm uma série de vantagens. Podem escolher o aluno, tirar o indisciplinado, têm uma direção com mais autonomia. Nas escolas públicas, isso é mais rígido. Ou seja: se uma escola privada tiver interesse em melhores resultados, dá para trabalhar para isso. Em uma pública, é mais difícil."
Outro ponto a ser considerado é que o nível socioeconômico dos alunos é o fator que, comprovadamente, mais impacto tem nas suas notas. Como os alunos de escolas particulares vêm de famílias mais ricas e escolarizadas, esta diferença não pode ser atribuída apenas ao trabalho da escola.
O presidente da Undime (entidade que representa os secretários municipais de educação), Carlos Eduardo Sanches, diz que, considerando o quanto é gasto por aluno em cada rede, a distância deveria ser maior.
Ele diz que o Fundeb [fundo que distribui recursos públicos por estudante] dá hoje R$ 1.415 por ano por aluno, enquanto uma mensalidade em escola particular já fica, em média, em torno de R$ 800. "É claro que as públicas precisam melhorar, mas, com essa quantidade de recursos, o retrato do sistema privado é que é dramático."
Schwartzman concorda, lembrando que o ensino particular no Brasil, quando comparado com o de outros países no Pisa (exame internacional de avaliação do ensino), deixa a desejar.
"Mesmo as melhores particulares do Brasil são piores do que as dos outros países. São muito orientadas para vestibulares, têm muitas matérias e o mesmo problema com a má formação dos professores no setor público."

segunda-feira, 5 de julho de 2010

10% da população usam drogas, diz Polícia




Mais de 10% da população desta cidade, a maior do Sertão Central, consome drogas lícitas e ilícitas com frequência. O percentual representa cerca de oito mil habitantes. A divulgação feita neste fim de semana pelo delegado Marcos Sandro de Lira, pelas emissoras de rádio, deixou muita gente preocupada, principalmente os pais de crianças e adolescentes. De acordo com o titular da Delegacia Regional de Polícia Civil, a banalização do uso era extrema, ao ponto de cheirarem cocaína diante de todos.

Essa realidade reflete o diagnóstico levantado no fim do ano retrasado. Em dezembro de 2008, o Dário do Nordeste publicou reportagem sobre o avanço do consumo de drogas nesta cidade. "Quixadá tem verdadeira cracolândia". A manchete do Caderno Regional alertava sobre a expansão do tráfico no Interior do Ceará, em especial no mutirão do Campo Velho, onde moram 800 famílias.

O maior traficante daquela área residencial popular já foi preso. Também não se vê mais crianças e adolescentes consumindo crack pelas ruas daquele bairro. Mesmo assim, nos últimos levantamentos da Polícia Civil, foram detectados mais de 80 pontos de vendas de maconha, cocaína e crack na área urbana de Quixadá.

A ação dos traficantes também se estende pela zona rural. O movimento mais intenso é encontrado nos distritos de Custódio, Juá e Juatama. Em resposta ao tráfico, o delegado e sua equipe já prenderam 25 traficantes nos últimos 90 dias. Mais de 2kg de drogas foram tirados de circulação. Todavia, Marcos Sandro alerta as famílias para cuidarem de seus filhos.

Combater o tráfico, sem o apoio da sociedade não é uma tarefa fácil, desabafa. Por esse motivo, além do combate repressivo, realizado pelas polícias Civil e Militar, os trabalhos de prevenção com o público infantil são ampliados.

Este ano, o Programa Educacional de Resistência às Drogas e a Violência (Proerd) atende a 1,3 mil estudantes do Ensino Fundamental e Médio. No primeiro semestre, sete escolas da rede municipal, estadual e particular foram contempladas com o programa. No ano passado, o Proerd atendeu a 647 alunos de Quixadá. De acordo com Cabo PM Cila Rodrigues, instrutor do programa, as ações de prevenção foram ampliadas com o objetivo de inibir o consumo.

O instrutor não acredita na promoção de campanhas isoladas. Afinal, quem foi dominado por algum tipo de droga consome todos os dias. Apesar do esforço, ele critica a falta de apoio, inclusive institucional e de políticas públicas no âmbito municipal. "A única coisa que fazem é abrir as portas das escolas para a gente. Do meu conhecimento Quixadá nem possui um Conselho sobre drogas. Para uma cidade festeira com certeza essa é uma demonstração de descaso do poder público local".

Em visita à Quixeramobim, o secretário de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), Roberto Monteiro, demonstrou preocupação: "o pai responsável é aquele que se preocupa com seu filho. Saber onde ele está; com quem anda e o que está fazendo é fundamental", disse.

Fonte: Diario do Nordeste
Alex Pimentel

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Concluído a 1ª etapa do PROERD em Quixadá




No intuito de conscientizar crianças e adolescentes acerca dos malefícios das drogas, o município de Quixadá supera todas as expectativas em combate as drogas e a violência, nas escolas públicas e particulares. No ano passado (2009) foram matriculados 647 alunos, este ano 1.300 alunos foram matriculados no Programa Educacional de Resistência às Drogas e a Violência (PROERD) em Quixadá, ampliando a rede de proteção contra às drogas e a violência. No primeiro semestre 7 escolas educacionais da rede municipal, estadual e particular foram contempladas com programa: Adventista, CACD, CSCJ, José Jucá, José Bonifácio e Rdo Marques. No segundo semestre, serão beneficiadas as escolas educacionais: Flavio Marcilio, Benigno Bezerra e Padre Vicente.
O Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (PROERD) é uma iniciativa da Polícia Militar de prevenção para crianças do Ensino Fundamental até o Ensino Médio; os pais também recebem orientações em reuniões e palestras, representando um esforço cooperativo entre Escolas, Pais e Polícia Militar. Hoje ele é desenvolvido em mais de 50 países, e cerca de 40 milhões de crianças por ano têm instrução com policiais PROERD.
Os objetivos principais do PROERD são noções de cidadania, prevenir ou reduzir o uso de drogas e a violência entre crianças e adolescentes. A ênfase deste programa está em auxiliar os alunos a reconhecerem as pressões diretas ou indiretas que os influenciarão a experimentar álcool, cigarro, maconha, inalantes, ou outras drogas e a resistirem a elas, bem como àquelas para se engajarem em atividades violentas.
De acordo com o instrutor do PROERD, Cila Rodrigues de Oliveira – CB PM, a formatura este ano acontecerá no mês de dezembro, onde os alunos do PROERD receberão o certificado de conclusão do programa na presença das autoridades políticas, administrativas, educacionais e familiares. Serão 1300 alunos que concluirão o PROERD em Quixadá.

Blitzs e Saturações para garantir a tranqüilidade da população rural de Quixadá


Nos últimos meses, a população rural do município de Quixadá, questiona e cobra ações da policia militar, no intuito de solucionar os constantes roubos de motos, carros e pessoas nos distritos e localidade da maior cidade do Sertão Central.

Estas ações começam a serem intensificadas em toda a zona rural do município, com o retorno da TP 1202, totalmente reformada e que oferece toda a estrutura nas operações de blizs, saturações e desarmamentos viabilizadas por policiais militares da 2ª Cia do 1° BPM.

O objetivo destas operações é desarmar e promover à tranqüilidade pública a população, que convive diariamente com ações de meliantes que promovem roubos e assaltos na região. O comandante da 2ª Cia/1°, TC Geovani, solicitou maior empenho dos policiais militares no intuito de garantir a segurança e integridade da população e impedir o avanço da criminalidade na cidade quixadaense.

Comandante da 2ªCIA/1ºBPM inicia reforma nas instalações da instituição


O comandante da 2ª Cia/1ºBPM, TC Geovani Mendonça Guedes Alconforado, iniciou as reformas nas instalações da companhia quixadaense. Há mais de três anos a companhia militar não passava por uma reforma em suas instalações.
Estas reformas foram iniciadas com uma pintura geral em todas as instalações, reformas na quadra de futsal e futebol society, já que estes espaços são utilizados pela população educacional de Quixadá em praticas de educação física, quadrilhas, esportes, danças, e apresentações de capoeira, aproximando assim a população da policia militar.
Foi determinada a reforma das instalações da piscina para natação, fisioterapia e hidroginástica para nossa comunidade policial militar.
Com estas ações, o TC Geovani acredita contribuir numa melhor qualidade de vida para os policiais militares e familiares. Dia 25 de agosto de 2010, será a solenidade de reinauguração das novas instalações da 2ª Cia do 1º BPM, culminando com a realização de um torneio de futsal.