sexta-feira, 20 de abril de 2012

Notas do Enem podem não preencher vagas em universidades públicas


A notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) podem não ser aplicadas no preenchimento de vagas em universidades públicas no segundo semestre , através do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) 2012.2 – conforme ação civil pública feita pelo Ministério Público Federal do Ceará (MPF/CE).

O pedido apresentado à Justiça Federal pelo MPF levou em consideração a comprovação, através de inquérito da Polícia Federal (PF), de que o vazamento de questões na última edição do Enem não ficou restrito a 14 itens e envolveu um número maior de escolas do que se imaginava inicialmente.

Além de estudantes do Christus, alunos de outros 29 colégios cearenses teriam tido acesso prévio a questões do Enem.

Avaliação

Em relação ao processo que deve ser realizado para o ingresso na universidade, o procurar deixa claro que é um problema a ser resolvido pela instituição educacional e ainda ressalta: “o caso da anulação das provas do Enem era pra ter acontecido logo quando fizemos a primeira denúncia. Depois início a essa segunda ação em razão dos fatos novos investigados pela Polícia federal.”

Mais objeções

Na ação civil pública, o procurador da República Oscar Costa Filho pede também a anulação de seleções eventualmente já realizadas para o semestre 2012.2 que utilizaram notas do Enem.

Para o procurador, permitir que os resultados de provas que tiveram questões previamente divulgadas continuem sendo usados para o ingresso de alunos é uma medida que desafia os princípios da legalidade, particularmente a isonomia entre os candidatos.

Entenda o caso

Alunos do Colégio Christus de Fortaleza tiveram acesso antecipado a questões do Enem 2011, através de um simulado promovido pelo estabelecimento de ensino.

Ítens do simulado foram copiados do pré-teste realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), instituição vinculada ao Ministério da Educação, e que contou com a participação de alunos da escola.

O Inep decidiu anular 14 questões que vazaram, mas apenas para estudantes da escola de Fortaleza, contrariando recomendação do Ministério Público Federal para que a medida fosse adotada para todos os candidatos, já que não se poderia garantir que outras pessoas não teriam tido acesso às questões.

Questões idênticas

A investigação da PF  mostrou que o vazamento de questões teria sido maior. Todos os 32 cadernos do pré-teste aplicado no Colégio Christus continham questões idênticas às do Enem, e não apenas os dois cadernos onde estavam os 14 itens anulados pelo Inep. Alunos de outras 29 escolas cearense também tiveram acesso às questões durante o pré-teste.
Em março de 2012, o Ministério Público Federal no Ceará apresentou denúncia à Justiça Federal contra cinco pessoas pelo envolvimento no vazamento de questões, entre eles duas representantes do (Inep), uma representante da Cesgranrio e dois funcionários do Colégio Christus.

Fonte: Jangadeiro Online

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